Filme: "Maria Callas" (Maria, 2024)


Viva do auge até a queda! Pablo Larraín tem seu reconhecimento pautado no trabalho das cinebiografias de mulheres famosas: "Jackie" e "Spencer". Agora dirigindo "Maria Callas", que originalmente estreou no 81° Festival Internacional de Cinema de Veneza 2024 e finalmente chega para os cinemas brasileiros dia 16 de Janeiro de 2025, contendo mais um retrato intimista para seu currículo. O roteiro é de Steven Knight e a distribuição ficou por conta da Diamond Films.

Acompanhe a trágica história da soprano greco-americana Maria Callas (Angelina Jolie) e considerada uma das melhores cantoras de ópera da história. O filme retrata o período no qual ela precisa se refugiar em Paris na década de 70, focando em seus últimos dias de vida enquanto revisita suas memórias, traumas, amigos, amores e voz. O drama soube se impor, e a música é um componente de fundo com clássicos como "Ave Maria", "Casta Diva" e "La Traviata". Sutilmente o filme convida a nova geração para conhecer o trabalho da artista após a sessão.

Com duas horas e três minutos, o diretor chileno explora a tragédia de Maria Callas a começar pelo que sabemos. Filmaram em Budapeste, Milão, Grécia e obviamente Paris para que em belos planos abertos os sentimentos sejam os únicos a causar claustrofobia. Os personagens secundários parecem ter mais a dizer sobre Maria, entregando que esta já foi La Callas, como um alter ego que morreu muito antes. O olhar perdido de Angelina foi ideal nessa jornada introvertida.

A combinação de Maria com o seu amado Aristotle Onassis (Haluk Bilginer) trouxe um conforto teatral de que o relacionamento contribui em algo sensível na interpretação da dupla de atores. Se em 1998 Angelina fez a cinebiografia da também finada "Gia: Fama e Destruição" com sexo, drogas e rock & roll, nesse filme abdicamos desse primeiro elemento, e mudamos as drogas para o Mandrax e o gênero musical. É dramático o suficiente para imaginarmos a ópera com sua diva melancólica.

Qualquer diagnóstico não mudaria o sentimento de vazio. Embora seja a obra menos marcante dessa trilogia feminina, foi especial contemplar uma vida ceifada pelo seu próprio talento. Com breves participações de ícones da cultura pop que a própria Callas parecia detestar, tivemos um vislumbre de que não é a qualidade que o mundo valoriza. Ao final, temos cenas reais e ficamos com a vontade de conhecer ainda mais sobre ela e suas inegáveis excentricidades em busca do canto humano de seu ser.

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