Filme - Sicário: Dia do Soldado (Day of the Soldado)

A sequência do thriller de ação "Sicário: Terra de Ninguém" (2015) é uma aposta em criar uma franquia forte para a Sony Pictures, e seus esforços parecem ter tido um resultado positivo, pois o filme "Sicário: Dia do Soldado", dirigido por Stefano Sollima, será o primeiro filme a estrear na Arábia Saudita em décadas, com previsão para lançar dia 28 de junho de 2018, assim como no Brasil. A censura do filme é para maiores de 18 anos, assim como o primeiro.

Logo de início sentimos a dificuldade do governo em deter o tráfico de drogas na fronteira dos Estados Unidos com o México, se tornando uma guerra muito maior do que imaginávamos. Os cartéis agora participam ativamente ao facilitar a entrada de terroristas pela fronteira. Como forma de combater essa guerra, vemos a aliança entre Matt Graver (Josh Brolin) e Alejandro (Benicio Del Toro). Com cenas de alto impacto no  começo, é fácil o espectador entender a gravidade de cada minuto perdido. Enquanto ataques ocorrem vemos que nem os mais jovens serão poupados, e nesse momento entra o personagem Miguel Hernandez (Elijah Rodriguez) com uma escolha em suas mãos.

O destaque dos atores principais ainda ficam com Del Toro e Brolin, que com a ausência da atriz Emily Blunt, ainda que exista possibilidade de retorno, terão suas histórias mais aprofundadas. Os jovens Elijah ("We Die Young") e a atriz Isabela Moner ("Transformers: O Último Cavaleiro") estarão em maior evidência depois de grande parte do filme se dever a suas interpretações. Ainda assim em comparação ao anterior esse se mostra mais modesto, tendo momentos mornos em que procuramos um significado para a dramatização em meio a uma obra de ação. Tudo nos leva a um terceiro filme, como se esse servisse de aquecimento preliminar.

A localização é perfeita para um suspense, tendo a areia como a pior inimiga dos olhos de um atirador despercebido. Já a trilha sonora se aplica perfeitamente num clima tenso e sem muitas pausas para recuperar o fôlego, tendo mantido o nível de qualquer filme com terrorismo em destaque. A caracterização é bem convincente e não perde nem mesmo para os efeitos especiais, que ainda causam surpresa. Está longe de ser a melhor obra do diretor Stefano Sollima, que se garantiu no gênero de ação por muitos anos com obras como "Suburra" (2015) e "ACAB - All Cops Are Bastards" (2012), filmes de guerra aclamados pela crítica.

Denis Villeneuve, diretor do primeiro filme, está na produção deste, enquanto Taylor Sheridan continua como roteirista dessa sequência, sendo que o primeiro foi sua estréia na escrita cinematográfica. A participação desses profissionais garantiu mais eficiência na mensagem que "Dia do Soldado" busca em trazer uma franquia digna de "Rambo" ou outros clássicos do gênero. O terceiro filme é mais do que confirmado em virtude de um final cheio de curiosidades.