Filme - Alfa (Alpha)
Essa jornada apresenta uma relação de lealdade mais do que familiar em nossas vidas. "Alfa" é a aventura pré-histórica dirigida por Albert Hughes (diretor dos filmes "O Livro de Eli" e "Do Inferno" em parceria com seu irmão Allen Hughes) que provará que a maior amizade pode vir de onde menos se espera. Com cópias dubladas e legendadas, o filme estréia dia 06 de Setembro de 2018, misturando aventura com o drama para trazer o pertencimento ao público que espera algo épico. O mais incrível é ouvir a narrativa dessa história na voz de Morgan Freeman.
Após cair de um penhasco e se perder do seu grupo, o jovem (Kodi Smit-McPhee) de uma tribo precisa sobreviver em meio a paisagens selvagens e encontrar o caminho de casa. Atacado por uma matilha, ele consegue ferir um dos lobos, e quando teve oportunidade decide não matar o animal. O jovem cuida dele e os dois começam uma relação de amizade. A ideia é conhecida por quem já viu "Mogli" ou "Tarzan", onde humanos se unem aos animais e se tornam uma família. Tanto que uma das frases mais marcantes é "Você é a minha tribo agora" diante da falta de esperança que permeia a trama, onde com a era glacial se aproximando, fica difícil caçar e sobreviver ao frio.
A dificuldade da história está em torcermos pelo personagem e mesmo assim a trama ser tão arrastada que faz mais de duas horas de duração pesarem mais do que deveriam. Ok, um filme mostrando um protagonista em situações preocupantes em que necessita sobreviver a condições extremas é complicado de se retratar de forma pouco cansativa. Kodi nos cativa e isso é a grande vantagem de ter nosso herói como único ator tomando o filme para si, considerando até mesmo as interações dele como o lobo que são excelentes. Explicar o título do filme foi outro pecado, sendo que poderiam ter aproveitado mais a essência do que o nome sugere.
A parte visual garante que "Alfa" seja um filme bom e sem arrependimentos ao sair do cinema, pois são muitas cenas bem filmadas e a maioria com oportunos efeitos especiais, que em parte são precários e poderiam ser comparados com alguns documentários do History Channel, ainda mais com a narração. Pela trilha sonora quase que ausente vemos que o silêncio e os sons da natureza tornaram tudo mais natural possível. O elenco possui bons momentos de interação, ainda que tenham menor importância em virtude da história se voltar ao encontro inicialmente hostil do homem com o lobo.
Um longa como esse é esperado mais do que foi oferecido, tendo um final simples e meio previsível. A romantização da história onde lobos um dia seriam tão domesticáveis a ponto de se tornarem cães foi pouco eficaz tendo em vista que na realidade isso possa ter levado muitos anos para se tornar possível, mas sim, a ficção trouxe uma possibilidade bonita e mais um filme que pelo trailer parecia até um game e quando assistimos é na verdade uma novela. Algumas surpresas podem vir nessa conclusão, e no máximo dirão que o filme é fofo, não memorável.
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