Filme - Meu Anjo ("Gueule d'ange")


O drama francês que faz parte da seleção do Festival de Cannes em 2018 tem uma longa jornada para conquistar e apresentar a direção de Vanessa Filho ("Primitifs"), sendo esse seu primeiro grande lançamento para o público brasileiro. Com lançamento previsto para o dia 25 de outubro de 2018, pela IMOVISION, será uma marcante história para apreciar nos cinemas e salas de arte da cidade.

Marlène (Marion Cotillard) tem uma filha de oito anos a quem não dispensa muita atenção, mais interessada em bebedeiras, festas e homens. Certa noite ela vai a uma celebração numa boate acompanhada da menina, mas a manda sozinha para casa, permanecendo com um novo pretendente. Os dias passam e Marlène não vai ao reencontro da menina, deixando-a entregue à sua própria sorte e sem qualquer notícia da mãe.



A direção de Vanessa Filho foi bem artística e não faltou nem mesmo no roteiro. O elenco se destaca por si só, Marion ("La Vie en Rose" e "A Origem") e Alban Lenoir ("Taken") são excelentes para dar mais peso para a trama. É uma surpresa encontrar histórias que nos comovem pela facilidade de ser real, e que de uma forma ou de outra podemos nos identificar.

A falta da figura paterna e a irresponsabilidade materna fez Elli ser uma criança mais centrada no que ela quer. Quando estamos no ponto de vista da jovem interpretada pela Ayline Aksoy-Etaix, temos a parte mais sensata do filme. É irônico ver que uma criança parece ser mais responsável, ainda que tente se espelhar no único exemplo que vem de casa. Nas cenas de interação com os demais personagens é curioso ver que a garota parece viver em seu próprio mundo. É o primeiro papel da atriz-mirim.



A história lida com temas fortes como a relação entre mãe e filha, tendo uma falta de comunicação verbal que sempre é suplantada pelo olhar das personagens (algo típico entre pessoas próximas). A ligação entre Marlène e Elli favoreceu o drama das cenas em que estão separadas. Na escola, Elli vive com o bullying e em casa tenta escapar da "polícia das crianças" (Conselho Tutelar) que ao que parece, já separou as duas em outro momento. Mesmo vendo a negligência da mãe, temos pena de ambas.

Comentários

Postagens mais visitadas