Filme - Máquinas Mortais (Mortal Engines)


Com um mundo sem muitas possibilidades, nos resta sobreviver. A nova franquia que a Universal Pictures trouxe para os cinemas é uma visão distópica do futuro, o que não deixa de apresentar uma certa beleza nesse contexto. "Máquinas Mortais" é baseado na série de livros do autor britânico Philip Reeve, que ganha sua primeira adaptação em grande estilo. Dirigido pelo estreante Christian Rivers, a nova saga para o público juvenil tem um pouco de tudo para conquistar seu espaço entre as mais conhecidas. Com sua estréia no dia 10 de janeiro de 2019, não será difícil de perceber o esforço que a equipe por trás desse lançamento teve.

Anos depois da "Guerra dos Sessenta Minutos". A Terra está destruída e para sobreviver as cidades se movem em rodas gigantes, conhecidas como Cidades Tração, e lutam com outras para conseguir mais recursos naturais. Quando Londres se envolve em um ataque, Tom (Robert Sheehan) é lançado para fora da cidade junto com uma fora-da-lei e os dois juntos precisam lutar para sobreviver e ainda enfrentar uma ameaça que coloca a vida no planeta em risco. A ideia que temos é de um futuro muito distante, uma vez que mencionam nosso século com certo saudosismo, além de encontrarmos um pouco da nossa tecnologia e cultura nos museus.


A ambientação fantástica combina perfeitamente com os personagens, aqui caracterizados com certo cuidado para evitar a poluição que tomou toda a Terra. Elementos steampunk são cativantes para a história, já que a trama em si não apresenta algo fora dos clichês, e com isso virão as óbvias comparações as franquias "Jogos Vorazes", "Mad Max" e a ousadia de se assemelhar com "Star Wars". Situações essas que não tiram a qualidade dos efeitos especiais e seu 3D com bom aproveitamento nas cenas. Não só a ação, como também o drama estão fortes nessa aventura, sendo essa sua melhor definição.

O elenco de destaca sem muita dificuldade, e felizmente em sua maioria são rostos novos para essa obra. Hera Hilmar é Hester Shaw, uma nova "Katniss" aos olhos dos adolescentes, e por sorte tem até potencial de co-protagonizar com o Robert Sheehan, que também possui um carisma natural. Quanto aos demais personagens, destaca-se Anna Fang, interpretada por Jihae, atriz que deu peso a uma personagem extremamente vívida. Com pouco mais de duas horas, o filme consegue extrair a atenção com temas como desigualdade social, sobrevivência em tempos de escassez de recursos e até mesmo a alienação da mídia com a política (impossível não comparar com o Brasil). O vilão inclusive representa a imagem de bom líder, sendo uma máscara para alcançar seus propósitos previsíveis.


Por fim, "Máquinas Mortais" consegue entreter com o ânimo de uma franquia nova, e mesmo que tenha tido dificuldades na bilheteria internacional, no Brasil terá uma temporada melhor. Para os fãs de blockbusters que não possuem uma história muito complicada e ainda assim garante um peso filosófico, esse filme tem bons momentos. Seja por sua estréia na direção, ou pelo investimento na obra, o filme apresentou um bom diretor para o mercado cinematográfico. Agora só nos resta torcer para que as Máquinas caiam no gosto do público.

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