Análise - "LOVE + FEAR" álbum de MARINA (PARTE 1)
Após uma pausa considerável na carreira, Marina Diamandis deu passos importantes para sua vida pessoal. Inicialmente decidiu estudar psicologia, e com o primeiro semestre da faculdade sua leitura lhe incentivou a se abrir mais no que viria a ser o blog "Marina's Book", onde vimos desabafos e um lado muito sensível da cantora galesa que antes atendia ao nome artístico Marina And The Diamonds, uma brincadeira com seu sobrenome. Em um relacionamento com o músico Jack Patterson, um dos membros do grupo Clean Bandit, estamos diante de uma Marina com muito para compartilhar, e em seu 4º álbum de estúdio "LOVE + FEAR" poderemos apreciar um lado diferente do que estávamos familiarizados em seus primeiros álbuns principalmente.
O álbum duplo foi dividido para que fossem ouvidos separadamente, algo que já vimos com cantoras como Beyoncé em "I Am... Sasha Fierce" (2008), dando ênfase ao conceito que o título propõe: Dualidade. Ainda que cada disco tenha 8 faixas e muitos possam pensar que são EPs, na verdade é apenas um álbum com 16 faixas, pois não serão vendidos separadamente. A primeira parte do disco foi disponibilizada pela cantora nessa quinta-feira (04/04), a que mais tinha faixas divulgadas até então... o que podemos concluir de "LOVE"?
"Handmade Heaven"
Assim como em "FROOT" (álbum de 2015), Marina decidiu iniciar de modo menos agressivo o álbum, e com uma música mais contemplativa ela cria uma atmosfera divina para quem ouve. Seus vocais nos passam sua fragilidade em buscar um propósito em sua vida, e ainda admirar a beleza da natureza. O single é um hino que tem muito amor à vida, e foi de fato a primeira faixa de "LOVE" que ouvimos com certeza do retorno da cantora.
"Superstar"
A primeira faixa agitada não chega a ser tão apelativa, mas consegue grudar em nossas mentes com versos "and I I know that you never sleep (oh) So impossible to dream When you're far away from me", e com ela temos certeza de que a interprete está apaixonada por um certo alguém, ainda que tenham diferenças que os atraem, e fazem a relação funcionar. A canção é uma das que pouco conseguimos comparar aos seus antigos trabalhos.
"Orange Trees"
Seguindo para uma faixa leve e que revela total plenitude em sua melodia, não esperávamos uma música de verão que inclusive ganhou um vídeo tão fofo quanto a letra. Vemos uma Marina desprendida de medos e que sabe amar, a si mesmo e aos outros. Para quem lembra "I'm A Ruin" (do "FROOT") entenderá que ela está resolvida quanto as inseguranças da época. Bem próximo da conclusão da música ela canta: "This is how it feels to be free" (esse é o sentimento de ser livre).
"Baby" (em colaboração com Clean Bandit e Luis Fonsi)
A farofa que ganhou o público latino é uma parceria que jamais imaginaríamos no currículo de Marina. Em poucas parcerias já feitas, essa é a segunda com o Clean Bandit e única a ter um destino melhor (enquanto "Disconnect" não entrou em nenhum álbum, "Baby" está nesse e no do grupo). Luis Fonsi dá seu charme para a faixa que praticamente pertence a Marina. Chegamos ao meio do disco com tanta energia que só podemos dançar com essa canção dramática e bilíngue.
"Enjoy Your Life"
Como boa conselheira, Marina decide "passar a palavra" e incentivar outras pessoas a aproveitarem a vida. Além de ser uma faixa pra cima, sua letra define bem um ponto de vista que poucos olham quando estão na pior... tudo é passageiro. "Take one breath, Your worries start to disappear" (Tome um fôlego, suas preocupações começam a desaparecer). Provavelmente você encontre aqui um mantra para enfrentar os dias ruins.
"True"
Talvez a canção mais genérica dessa parte do álbum, e ela não demora pra dar tudo que tem. Ainda que tenha um conteúdo inteiramente pop, não se perde diante das outras faixas por trazer certa comunicação com a faixa (e a segunda parte do álbum, "FEAR") que virá: "You're skin and bone, you're full of fear, but you are just a human being" (Você é pele e osso, você está cheio de medo
Mas você é apenas um ser humano).
"To Be Human"
A melhor faixa da parte "LOVE"! Lembrando a cantora Enya em certos momentos e mantendo sua autenticidade na composição sobre a raça humana e seus luxos. A canção nos lembra como uma continuação de "Savages" (de FROOT") que era pessimista e destrutiva, enquanto essa nos mostra beleza na vulnerabilidade, mostrando que estamos unidos de todas as formas... em dias bons e ruins.
"End of the Earth"
Ao começar com "Love can never be what you want it to be" (O amor nunca pode ser o que você quer que seja) essa faixa entra como uma divisão entre o "LOVE" e o "FEAR" que virá. A faixa mostra uma triste visão de amor, onde alguém apaixonado não se importa em se machucar para estar ao lado do amante fazendo ele feliz. A canção tem batidas eletrônicas que lembram a cantora Grimes com "Genesis", e não é que seria uma combinação perfeita para se analisar... do começo ("Genesis") ao fim ("End of the Earth").
Capa atribuída a parte "LOVE" nas plataformas de streaming. |
Com previsão para sair no dia 26 de Abril de 2019, a parte "FEAR" ainda é um mistério se considerarmos que só ouvimos uma das canções dele (a faixa "Emotional Machine") em um live de 2018. Com títulos fortes, é bem verdade aquela velha frase "o melhor ainda está por vir".
Aguardem nossa segunda parte com o veredito do que poderá ser o melhor álbum de MARINA, mas de uma coisa já sabemos... ele será um dos melhores. 💗
Confiram o trailer do álbum "LOVE + FEAR":
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