Filme - As Trapaceiras (The Hustle)

A arte de trapacear é para poucos... ou melhor dizendo, para poucas. Pensando nisso, o novo filme da Universal Pictures veio com tudo para conquistar os espectadores (e seu dinheiro). "As Trapaceiras" é uma releitura do clássico "Os Safados" (1988), que nessa fase de empoderamento feminino é mais do que divertida. Com direção de Chris Addison (produtor e diretor da série "Veep"), veremos seu primeiro trabalho nos cinemas. Com grande elenco e lançamento no dia 25 de julho de 2019, essa dupla não desce do salto para roubar risadas.

Josephine (Anne Hathaway) e Penny (Rebel Wilson) são duas manipuladoras, conhecidas pela arte de extorquir milionários por quem fingem estar apaixonadas. No entanto, enquanto a primeira é sofisticada, a segunda tem métodos muito menos elegantes. O caminho das trapaceiras se cruza na Riviera Francesa, onde ambas procuram por um novo algo. Apesar de competirem pela fortuna de Thomas Westerburg (Alex Sharp), um prodígio da tecnologia, Josephine e Penny logo descobrem que talvez tenham mais chances de sucesso se trabalharem juntas.

A proposta do filme é animadora quando se trata de uma comédia com piadas pesadas e com contraste de ambientes luxuosos e situações absurdas para conseguirem a atenção dos cinéfilos. Por sorte, o roteiro não busca ser tão além dos filmes do gênero, e trouxe pequenas surpresas para quem subestimava esse longa. Inclusive, a lição que podemos extrair é a velha frase "não subestime seu adversário", e ao mesmo tempo aproveitando as protagonistas... a mensagem da obra pode ser reformulada para "não subestime as mulheres".

A trilha sonora é bastante animada, combinando com a energia de Rebel Wilson, tentando ser tão boa quanto sua nova rival. Anne Hathaway volta a brilhar com uma personagem fina e sensual. A dupla combina perfeitamente, mas suas personagens nos lembram outros papéis que estão no currículo das atrizes. Nada que perca o talento notório de ambas, mas ao final... a história nos cansa. Em seus cortes temos a falsa sensação de que o filme acabou diversas vezes, sendo que a duração é mínima para nos fazer rir. Com apenas uma hora e meia, temos a sensação de um filme de duas horas.

Com belíssimas cenas feitas em ilha de Mallorca (na Espanha), é fácil se sentir animado com essa desventura cheia de dólares e humor. Sua conclusão não seria definitiva o bastante, dando até mesmo uma brecha para sequências. Afinal, ninguém pode parar essas mulheres ambiciosas e sua equipe. A julgar pelo desempenho desse, desejamos que ele fique apenas por aí. A comédia mediana ganha mais algumas vítimas com um golpe digno de trapaceiras.