Filme - Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal (Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile)
Para os fãs de um drama policial, não faltam criminosos para terem suas histórias contadas. Ted Bundy já teve sua oportunidade em um filme homônimo de 2002, cuja história romantizava a vida do homicida. Em "Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal" não teremos o mesmo caminho, já que a direção experiente de Joe Berlinger ("O Paraíso Perdido: Assassinatos de Crianças em Robin Hood Hill") mostra mais de um ponto de vista do homem que conseguia ser temido e amado. Com distribuição pela Paris Filmes e estreia para 25 de julho de 2019, o filme não é recomendado para menores de 16 anos.
A cinebiografia acompanha os trágicos passos de Ted Bundy (Zac Efron), serial killer que matou, pelo menos, 30 mulheres em sete estados norte-americanos durante a década de 1970. Bundy se tornou famoso em todo o país, em parte por causa da fama de sedutor, que levou a conquistar várias fãs, e em parte por ter efetuado sua própria defesa nos tribunais. A trajetória do psicopata é contada pelo ponto das mulheres que amou: Elizabeth "Liz" Kendall (Lily Collins), com quem se casou, e Carole Ann Boone (Kaya Scodelario), amante que o apoiou durante o longo julgamento nos tribunais.
Com uma boa representação da década de 70, temos a sensação de que cada momento da história de Ted foi simulada nas cenas do longa. Effron ("O Rei do Show") mostra sua versatilidade em um papel mais desafiador e polêmico. As atrizes recebem maior parte da responsabilidade em trazer para o público o envolvimento conturbado que suas personagens tinham com o então suspeito. Mesmo quem sabia dos acontecimentos poderá sentir interesse que o protagonista se livre da policia, do julgamento e até melhore após ter cometido seus mais de 30 crimes antes do fim desumano que o aguardava. Lily e Kaya nos dão a pequena vontade de um triangulo amoroso, sendo que cada uma é essencial para o desenvolvimento da trama.
A trilha sonora enfatiza de maneira perfeita para quem ouve "Lucky Man" da dupla Emerson Lake and Palmer e pensa que Ted Bundy teve "sorte" em ser tão desejado pelas mulheres, que eram suas vítimas em potencial, do contrário ele teria mais empecilhos. O humor em alguns momentos se faz presente, como no tribunal, onde teremos muitas surpresas a cada minuto. A fama de Ted garantiu um bom acervo de materiais registrados de seu julgamento e até entrevistas que veremos não só as refeitas como as reais... o que aumenta o peso desse drama. Se ficamos entretidos em quase duas horas de um criminoso que se diz inocente, é sinal de que a construção é dinâmica.
A obra curiosamente contou com as experiências de Elizabeth Kendall no livro "The Phantom Prince: My Life with Ted Bundy", o que serviu para um roteiro mais rico e que facilitasse na interpretação do elenco. Outra experiência literária que é referência até mesmo para o assassino é o livro "Pappilon" de Henri Charrière. "Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal" teve sua estreia no Sundance Film Festival de 2019, que teve início no dia 24 de janeiro. Coincidentemente, essa data marca 30 anos depois que o verdadeiro serial killer, Ted Bundy, foi morto em uma cadeira elétrica. Não podemos negar que o filme se mostra relevante e superior as adaptações anteriores.
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