Crítica - This Is Paris (Documentário do YouTube Originals)
A fama sempre tem um preço, seja nos dias atuais ou quando a internet ainda era um veículo para poucos "informados" o bastante para usá-la. "This is Paris" ou como estão chamando de "A verdadeira História de Paris Hilton" é um documentário dirigido por Alexandra Dean ("Bombástica: A História de Hedy Lamarr") lançado pelo YouTube Originals e disponível gratuitamente desde 14 de Setembro de 2020, ainda havendo uma edição com maior duração para assinantes do serviço de streaming. Aproxime-se de Paris e pela primeira vez entenda suas motivações e temores... tudo em suas próprias palavras.
Se falar sobre a Paris Hilton em um primeiro momento soava como uma forma de promover a socialite que está em crise, dificilmente teríamos a mesma para colaborar com algo assim. Seja ao admitir ser a primeira digital influencer, e ao mesmo tempo apontar o monstro que criou graças a fama que obteve após polêmicas e um popular reality show que se aproveitava da personagem que ela elaborou e deu seu nome. Seria o momento ideal de termos essas informações? De fato, tudo que foi feito pela cantora, DJ e modelo sempre foi filmado, numa época em que até ela mesmo apontava sua câmera e tirava uma selfie.
Com momentos que já vimos na TV, jornais e revistas de fofoca, teremos uma noção das situações desconfortáveis que Paris passou na juventude, incluindo a sex tape que a tornara famosa, sendo que após essa passagem se tornará banal curtir a vida noturna e tirar a roupa para ter a atenção dos tabloides. Sem esconder os relacionamentos abusivos e suas inseguranças, vemos como é difícil estar em um namoro quando não se confia, e como ela tem a noção de que apenas alguém como ela entenderia o assédio dos fãs, de outros famosos e da indústria que alimenta não só a família Hilton, mas a própria Paris como marca, e como pessoa consumista "que não pode ser vista com a mesma roupa duas vezes".
Teremos a participação de amigos, incluindo a também socialite Kim Kardashian, cuja fama veio logo após Paris dizer "só me observe" e hoje estão entre as mulheres mais influentes da internet. Já entre os familiares tivemos sua irmã Nicky Hilton, cuja maternidade inspirou Paris a congelar seu óvulos e quem sabe ter um(a) herdeiro(a) para seu império, inclusive revelando o nome caso seja uma menina. Ao mesmo tempo, a ideia de um marido é mais impossível do que o sonho de ser mãe, pois os traumas mostram o quanto ela já se sentiu enganada em relações passadas. Piora quando os homens se sentem "castrados" ao estarem ao lado de uma business woman.
A relação com os pais é abordada como uma forma de mostrar a família que batalhou para ter o que tem hoje, pois antes só tinham o nome de prestígio, mas não bens como presumiam, o que despertou o sonho de ser rica e não se preocupar com mais nada. A partir desse ponto chegamos a motivação desse registro, que de forma romantizada mostra Paris incomodada com pesadelos que poderiam não representar nada demais, entretanto, eles de repetiam em suas noites mal dormidas. Com momentos de sua carreira chegamos a noite que ela foi levada para a Provo Canyon School, colégio interno de milionários que abusava e ameaçava os menores como forma de incentivar a educação.
O documentário foi produzido no ano de 2019, tendo essa última etapa concluída em outubro (quase um ano), onde vemos a mobilização de Paris em ajudar os jovens que são vítimas desse sistema opressor. Ao ver suas antigas colegas de reformatório, entenderemos o quão pouco conhecíamos de Paris Hilton, e ainda não conhecemos de todo modo. Se outro intuito era mostrar um lado menos fútil e consumista, sabemos que existem pessoas piores por aí. Ainda assim, vemos uma pessoa real, com problemas e momentos de extravasar com seus fãs mais próximos e a música, sua verdadeira paixão... ou achavam que ela ia nas baladas apenas para aparecer? É, talvez os dois lados da Paris estejam na pista de dança.
Assista no player abaixo: (lembre-se de habilitar as legendas em português)
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