Filme: "Herege" (Heretic, 2024)


A produção da temida e amada A24, dirigido por Scott Beck e Bryan Woods, temos "Herege" para provar que muitos diretores que deslizam em seus trabalhos anteriores podem fazer um recomeço insano. O filme estreia dia 21 de Novembro de 2024, com distribuição da Diamond Films para os cinemas brasileiros. Preparado para fazer uma visita ao terror psicológico?

Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que passam os dias tentando recrutar novos fiéis, mas a tarefa parece impossível, já que as pessoas ao redor demonstram pouco interesse. Um dia, ao pararem em uma casa isolada, as duas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem que aparenta estar genuinamente interessado em ouvi-las e até mesmo em se converter. No entanto, a calorosa recepção rapidamente se transforma em uma situação muito mais perigosa do que elas poderiam imaginar.

Esse é o típico oposto do home invasion (que muitos fãs de terror adoram). Presas em uma casa desconhecida, as jovens precisam recorrer a algo mais forte que à fé para sobreviverem a um mortal e intenso jogo de gato e rato. A obra explora a ideia de controle e flerta com o sobrenatural. Enquanto enfrentam o perigo iminente, as jovens missionárias descobrem que sua missão vai além de recrutar novos fiéis; agora, é uma luta desesperada por suas próprias vidas.

Com uma hora e cinquenta minutos temos uma trama intencionalmente desconfortável e previsível demais até para quem conhece pouco dos thrillers. A atuação e diálogos são o ponto alto, mas para quem espera uma história mais objetiva, pode parecer chato, maçante e sem algum propósito além de alertar todos do perigo de ir ao encontro de estranhos sem nenhum aviso aos amigos, familiares, ou no caso do filme os responsáveis da entidade religiosa.

Com referências musicais de várias gerações, ficamos entretidos com esse filme que poderia ser ainda maior se não houvesse tanto medo de tocar no tema religião. É lógico que desagrada muitos apenas a ideia de comparar doutrinas e colocá-las lado a lado com jogos de tabuleiro, provando que no fim estamos consumindo produtos extremamente mastigados por décadas de vivências de homens e seus conflitos de interesse. Muitos não estão prontos pra essa conversa, então o filme pode envelhecer melhor num futuro.

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