Filme - A Maldição da Casa Winchester


"Baseado em fatos reais". O peso que carregou "A Bruxa de Blair" em 1999 ao dizer que tudo se tratava de algo que realmente aconteceu. A ideia foi perpetuada até os dias atuais, como exemplo o sucesso "Invocação do Mal" que por si só já seria bom, mas acompanhado dessa famosa frase inicial tudo se torna mais arrepiante. Em "A Maldição da Casa Winchester" isso se aplica e talvez faça muitos pensarem que os irmãos Michael e Peter Spierig serem diretores espertos que querem público em um filme ruim, mas não. A dupla tem tanta experiência no gênero terror que ficaram responsáveis pelo último filme de uma das grandes franquias, "Jogos Mortais" fazendo "Jigsaw" (2017) e mostrando qualidade em "O Predestinado" (2014), filme que foge do gênero basilar dos irmãos. O retorno ao lar não poderia ser mais interessante com essa CASA (sim, maiúsculo porque ela é enorme) monstruosa.

Em seu início percebe-se que as coisas são bem complicadas na residência dos Winchester. Se passando no ano de 1906, já encontramos na residência frases enigmáticas, muitos olhares suspeitos e uma viúva que caminha de preto pelos quatro cantos da casa. Algumas situações são previsíveis e parecem repetir o que deu certo em clássicos como "Os 13 Fantasmas" e "A Mulher de Preto" de 1989, mas só será sua primeira impressão. Não demora muito para vermos o terror acontecendo quando um visitante chega com uma missão que poderá colocar todos em risco se atrapalhar a rotina dessa família. Só que seu trabalho lá é verificar se a senhora Sarah Winchester está sã para dar continuidade em sua administração da empresa e do seu próprio lar, que não para de haver construções, reformas etc.


O Dr. Eric Price chega na famosa casa da família Winchester entendendo que trata-se de um abastado grupo e com excêntricas ideias para os negócios, pois são conhecidos por criarem armas da melhor qualidade. Jason Clarke (de "O Exterminador do Futuro: Gênesis") deu vida a um personagem que não consegue nossa adoração, afinal. Um terapeuta que abusa da bebida e de medicamentos para esquecer seus traumas não parece ser o melhor protagonista possível, mas serve. Por estar vulnerável é fácil duvidar de tudo que ele tem visto nessa mansão assombrada. Nem mesmo Sarah nega as coisas que ocorrem constantemente, tendo maiores problemas quando o sino toca à meia-noite. Já está claro que com obras 24 horas por dia e sinos na madrugada ninguém dorme nessa casa há muito tempo?

O elenco é fantástico! Helen Mirren (ganhadora do Oscar de 2007 por "A Rainha") já está sendo uma verdadeira Lorraine Warren para essa obra. Destaque também para o jovem Emon Farren (da série "Twin Peaks") que soube dar um tom para cada momento de sua perfomance. Os sustos ocorrem com uma boa frequência, mas alguns são gratuitos e fogem da ideia envolvida. Curiosamente a história do filme narra os quase 8 dias que Eric esteve hospedado nessa casa com mais de 100 cômodos, 90% são quartos fechados. Tropeçando em clichês o filme possui bons momentos graças aos efeitos especiais e as atuações. Toda a ambientação é convincente e nos transportará para essas mansões em estilo vitoriano. Só não se esqueça que o medo não será a resposta mais aconselhada para quem está lá dentro.


Com um final verdadeiramente preocupado com a expectativa do público, a sessão não será esquecida por alguns dias, mas não será um filme como os já citados que atravessaram décadas. Sequências? Esperamos que não, mas haverá um gancho básico que todo o filme tem guardado com um sobreaviso "em caso de sucesso lance um filme que seja inferior para que esse seja eternamente enaltecido". A última cartada é explicar que a casa mostrada é real e que é uma das mais assustadoras da América do Norte. Disso não teremos dúvida, mas entre os do gênero terror, esse é o melhor em cartaz nos cinemas atualmente... mas com certeza pegar aquele clássico na locadora vale mais. Por esse motivo vá livre de expectativas.

A CASA É REAL GENTE! ❤






Comentários

  1. Helen Mirren não consegue demonstrar os horrores que a situação sugere. Seu visual remete à uma viúva num eterno sentimento de luto, talvez pelos mortos, mas isso não fica muito claro, evidenciando ainda mais a pobreza narrativa do roteiro. Se tem uma coisa que eu não gosto nos filmes de terror atuais, são os screamers, e o que eu mais gosto é o terror psicológico. Gostaria que vocês vissem pelos os seus próprios olhos IT filme do 2017 Se ainda não viram, deveriam e se já viram, revivam o terror que sentiram. Depois de vê-la você ficara com algo de medo, poderão sentir que alguém os segue ou que algo vai aparecer.

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