Filme - Operação Red Sparrow
Diante de tantos filmes de espionagem, é possível manter o gênero e sua essência sem perder a graça? Todo o esforço que filmes como "Kingsman - Serviço Secreto" (2014) criam em sua trama para atrair o público tem funcionado bem, mas o recente "Operação Red Sparrow" possui muitas diferenças que pela classificação indicativa (16 anos) já se deve suspeitar. Dirigido por Francis Lawrence ("Água Para Elefantes" e "Eu Sou A Lenda"), prepare-se para o lado mais brutal do cinema nessa obra baseada no livro "Red Sparrow" do escritor Jason Matthews.
A história gira em torno de Dominika Egorova (Jennifer Lawrence), uma jovem bailarina que ao sofrer um acidente durante uma de suas apresentações para o Bolshoi e ter sua vida arruinada por isso, agora precisa encontrar uma forma de sobreviver e ajudar sua mãe em seu tratamento médico. Para isso ela contará com seu tio Vanya (Matthias Schoenaerts) que lhe apresenta a um caminho bastante difícil, a começar pela Academia Sparrow, a melhor escola de espionagem russa. Após um árduo treinamento ela desafiará o que se considera seguro para viver uma paixão proibida com o agente da CIA Nathaniel Nash (Joel Edgerton), seu próximo alvo.
O filme é bastante lento para demonstrar a vida da protagonista interpretada por Lawrence, mas logo ganha um ritmo acelerado durante o treinamento para se tornar uma Sparrow, o que existe uma relação direta com a arte da sedução que cada agente deverá dominar. Com muita violência gratuita, vide cenas de estupro, nudez e abuso sexual, vemos que no mínimo o filme deveria ser recomendado para maiores de 18 anos, já que abusa mais da sexualidade que a franquia "Cinquenta Tons de Cinza" por inteira. Outro ponto a ser considerado é a falta de profundidade dos personagens, onde nem mesmo fundamentam suas ações.
Depois da brutalidade com qualidade do filme "Mãe!", Lawrence não está amadurecendo com essa obra, na verdade está apenas apanhando para garantir cenas com sua cara de vítima injustiçada onde chega ao momento que encontra coragem e reage, coisa que o diretor já sabia que ela sabe fazer ao voltar a trabalhar com ela desde a franquia "Jogos Vorazes", onde realmente a história parece se repetir, mas com a presença de nudez e sexo explícito. Tanto Joel quanto Matthias se mantiveram em suas zonas de conforto, com perfomances realmente discretas, mantendo o brilho da atriz até mesmo nas cenas em que contracenaram.
Além de ser uma obra cansativa de se ver até o fim, o filme é de uma pessoa só... sem muito esforço para nos cativar, mas garantindo que a violência é o que nos levará para os cinemas. Por mais que existam países mais arcaicos quando se tratam de temas como violência doméstica e sexual, é necessário que filmes como esse abram discussões para impedir o aumento desses casos. De tudo isso os únicos pontos positivos são as sequências de ação, a fotografia que provoca o espectador e o elenco, ainda que desperdiçado. Por essa razão, vá preparado para um banho de sangue que durará mais de duas horas.
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