Filme - Viva: A Vida É Uma Festa (Coco)


Com a comemoração de 32 anos da PIXAR, estúdio que com a popularidade das suas animações fez inúmeras maravilhas ao lado da Disney, combinação essa que hoje não vivem separadas, é digno aproveitar o ano de 2018 para conferir a mais recente animação da Disney-Pixar: "Coco", ou como ficou conhecido no Brasil "Viva: A Vida É Uma Festa" é a 19ª animação lançada ao longo desses anos. Dirigido por Lee Unkrich ("Toy Story 3"), e com a co-direção de Adrian Molina (que também trabalhou com o roteiro de "Universidade Monstros" e "O Bom Dinossauro") vamos entender o que nos aguarda após uma longa vida e também dar valor a nossas recordações de quem amamos.

A aventura gira em torno de Miguel, garoto que sonha em tocar e viver da música, diferente da sua família que reúne uma grande linhagem de sapateiros, sendo uma função passada de pai pra filho. Para piorar a situação do jovem, a família não tolera música por ter tido um familiar músico que abandonou a esposa e filha, criando um trauma para todos os demais. Secretamente Miguel adora seu ídolo Ernesto de la Cruz, um cantor e ator mundialmente famoso que veio da mesma cidade, sendo que a região inteira respira música e não seria fácil pra família impedi-lo de ouvir ou cantar (e mesmo assim existe um esforço assustador). Para nossa alegria, tanto as canções em inglês quanto em português são fenomenais! Muita emoção em cada verso que podemos ver uma mistura do espanhol com o português.


O mais curioso está em a história se desenrolar em pouco mais de um dia, o conhecido feriado do "Dia de los Muertos" que equivale ao nosso "Finados" por ser até no mesmo dia. Tal época é considerada importante para reverenciar os entes queridos que partiram para outro plano e nos visitam uma vez por ano. As grandes ideias que tiraram para este cenário é os mortos com medo dos vivos, e até mesmo os guias espirituais (alebrijes) de cada ser humano ser um animal híbrido com outros e que podem fazer o inimaginável. Até mesmo Dante, o cão companheiro de Miguel é uma grande referência aos cães da raça Xolo, símbolo do México. Entre caveiras, figurinos e muitas flores, nada se parece diante dos nossos olhos.

A ideia de apresentar uma cultura para o público é sempre alcançada por duras críticas que chegam a ter certa razão, já que desagradam os nativos uma vez que envolve religião, hábitos de pequenos grupos etc. Para a nossa sorte o folclore mexicano é respeitado e representado com muitas cores e beleza até em relação a morte. A visão que o espectador alcança é que existe um motivo para não temer a morte e mais ainda uma razão para fazermos o bem para sermos lembrados. Uma forma de pensarmos em karma? Talvez. Outra beleza está no amor que os mexicanos cultivam pela família e por serem grandes núcleos familiares unidos mesmo na dor. Tudo que uma criança precisa ver para criar um discernimento mais aguçado.


A razão para o título original ser "Coco" vem do nome da bisavó do protagonista, sendo que a Mamá Coco (que na dublagem em português ficou apenas Mamá) é um dos destaques, tanto na trama quanto nos detalhes de seu rosto enrugado que revelam o trabalho de modelagem diferenciado que proporcionaram a personagem. A ideia de trabalharem com a limitação que a doença de alzheimer causa na vida dessa idosa é mais uma forma de emocionar o público adulto, sem que isso seja visto de uma forma pesada para as crianças. O potencial da animação é proporcional ao teor da história, pois ambos são ricos e repletos de surpresas. Com reviravoltas que até os adultos ficarão boquiabertos, é emocionante ver tudo que um simples tema pode sugerir.

Do início ao fim é visto um misto de emoção e mais sentimentos que só a Pixar pode proporcionar em grande escala. Quando vemos um "Divertidamente" e pensamos: "nossa, eles não tem como superar esse filme", e quando vemos o próximo e pensamos da mesma forma. Só nos resta agradecer a vida que nos proporcionou a possibilidade de assistir esse filme e também a Disney-Pixar porque sem eles isso não seria nem metade do que é. Parabéns Pixar, conseguiram fazer sua obra mais emocionante! Vamos ganhar esse Oscar de Melhor Animação, sim ou claro?




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