Filme- Desobediência (Disobedience)


Se após tantos anos tudo ainda tivesse um significado, isso então é real. O filme da Sony Pictures que chega dia 21 de junho de 2018 é uma prova de amor que desafia tradições e preconceitos reiterados pela religião. Quem já viu o trailer de "Desobediência" já tem pistas do que se trata, mas não espere só pelo básico, pois essa obra é completamente diferente. Originalmente lançada em 2017, só agora teremos a oportunidade de ver na tela do cinema. O drama é do mesmo diretor de "Uma Mulher Fantástica", Sebastián Lelio. Sem esconder sua sensibilidade, veremos que pode ser interpretada como sua marca nesse romance teatral.

A naturalidade exposta em cada momento do filme se deve a experiência dos atores e atrizes em cena. Rachel Weisz ("O Jardineiro Fiel") e Rachel McAdams ("Doutor Estranho") são as musas que co-protagonizam esse longa com maestria, pois vivem opostos nos momentos inicias. Por terem sido amigas de infância, o primeiro contato nos choca por tanta frieza que é característico do povo judeu com visitantes de outras culturas. Após o falecimento de um grande rabino da região, Ronit (Weisz) retornará para sua terra natal pois por mais distante que seja, ele era seu pai. Por não ter aderido ao judaísmo entenderemos que ela represente o sopro de liberdade que o filme precisa para que todos entendam o quão difícil é ter contato com amigos e família nesse espaço.


Aqui veremos uma McAdams muito mais sofrida, representando a repressão da voz de uma mulher na cultura anglo-judaíca. Seu marido, interpretado pelo ator Alessandro Nivola, tem o maior cuidado com a esposa e vê com surpresa a chegada de sua velha amiga, já que os três andavam juntos na infância. Percebemos que marido e mulher estão em total sincronia, mas algo balança Esti (McAdams) e vai tomando seu corpo, como se enfim acordasse para de fato decidir o rumo de sua história. Destacar cada um do elenco é difícil, ainda mais por todos serem importantes para que haja toques de suspense nesse drama.

O conteúdo em geral é de qualidade e cada cena tem o máximo de aproveitamento. Uma das mais leves garante os primeiros sorrisos do espectador, pois temos música contemporânea quebrando as amarras que existiam entre as duas jovens. Ainda que exista nudez, sabemos que não será usada de maneira obscena, pois o diretor trouxe sensibilidade em algo que normalmente parece bruto e sem razão. O sexo deve ser visto como uma celebração, e a sintonia das garotas garantiu o título de uma das melhores cenas de sexo lésbico. O objetivo foi conduzir nossas mentes a uma reflexão da religião ditando até como devemos viver o sexo, o luto e cada momento de nossas vidas. A morte nesses casos parece ser uma liberdade muito maior do que imaginamos.


Por fim, a conclusão nos aperta mais um pouco. Um verdadeiro tapa na cara do preconceito é dado de maneira inesperada. Tanta dedicação em nos comover foi o que mais nos trouxe alegria. Liberdade é a melhor definição para um filme como esse. A arte de Lelio merece reconhecimento, e se o Oscar de "Uma Mulher Fantástica" for só o começo? Devemos agradecer por cada vitória desse gênio! 

"Desobediência" é sobre a diversidade, que contagia e cativa.

Comentários

  1. Muito boas imagens. A verdade me surpreendeu! Amei ver esse filme de drama pelo elenco que tem! Definitivamente Rachel McAdams fez um bom trabalho no personagem. Eu amei o seu papel. Fez uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem. Esse é um dos trabalhos em sua filmografía que eu mais gosto além de A Noite do Jogo outro dos seus últimos filmes. Eu recomendo, pessoalmente superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver em sua carreira. Vale a pena.

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