Filme - Buscando... (Searching)


O que motiva os jovens a sumirem do mapa e deixar pra trás até mesmo a família? Inúmeros filmes já abordaram o drama que a maioria das vezes soa cansativo nos dias de hoje. Verdade, mas ainda sugerimos aos nossos leitores que tentem dar uma oportunidade a esse lançamento. "Buscando..." chega dia 20 de setembro de 2018 nos cinemas brasileiros, apenas um mês após o lançamento dos demais países. Dirigido e escrito por Aneesh Chaganty, nome novo em se tratando de sua primeira obra, mas já podemos dar um voto de confiança e torcer para que ele não suma também.

 Após uma jovem de 16 anos desaparecer, seu pai David Kim (John Cho) pede ajuda às autoridades locais. Sem sucesso, após 37 horas, David decide invadir o computador de sua filha para procurar pistas que possam levar ao seu paradeiro. A situação é de fato preocupante, tendo em vista que o pai não sabe muito da vida de sua filha, tanto na escola, quanto na internet. O filme levanta muitas possibilidades e nos deixa aflitos com a situação. Um misto de raiva e pena da jovem Margot Kim (Michelle La) paira durante as quase duas horas de filme, mas a curiosidade nos alimenta através de boas interpretações e um roteiro pouco convencional.


Outra vantagem do filme é o fato de ter uma representação do mundo virtual muito interessante, fazendo o esforço do pai ser assistido pelo espectador e ainda dar a sensação de que somos nós no controle do "mouse". A interatividade em cena lembra o jogo de celular "Sara is Missing", o que fica como recomendação para quem gostar do filme e vice-versa. É adorável acompanhar o crescimento de Margot pela tela do computador, e teremos acesso as situações que podem ter sido úteis para o seu desaparecimento. Agradecemos a Sony Films ter tido o trabalho árduo de traduzir tudo o que é apresentado, não se tornando difícil de acompanhar.

As atuações são muito verdadeiras e não fogem do que julgamos espontâneo. Além dos já mencionados John Cho e Michelle La, devemos lembrar de Joseph Lee no papel do tio de Margot e Debra Messing como a eficiente detetive Vick. Apesar da aparição reduzida da atriz Sara Sohn, ela também merece ser lembrada por uma participação muito agradável. É um fato ver que o roteiro foi generoso com esses personagens e essa responsabilidade caiu bem nas mãos do também diretor. A cada momento será perceptível que desejamos que esse longa acabe, mas ele não perdoa os apressados. É preciso muita atenção para não perder os detalhes, afinal, são muitos.


Um filme inteligente e "fora da caixa" que estamos acostumados em dramas. A estréia do diretor Aneesh Chaganty foi mais do que feliz e adoramos as referências de época como "Pokémon" e o famigerado "jogo do labirinto" que muitos viram no YouTube. Com certeza é um dos filmes que serão recomendados por quem assistiu e ainda estampará as listas de "filmes com desaparecimentos" de tão bom. É claro, pra quem não gosta muito do mundo virtual e das tecnologias de comunicação esse pode ser um terror que dará dor de cabeça. Nós avisamos!

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