Filme - A Casa do Medo: Incidente em Ghostland


Para quem procurava por um terror de home invasion com um quê psicológico, vamos entrar sem bater nesse filme que trouxe de tudo, inclusive a sensação perturbadora que todo bom longa-metragem do gênero deveria trazer... do tipo que antes de comprar os ingressos os atendentes avisariam: "tem certeza que está ciente do conteúdo desse filme?", e acredite, ninguém está totalmente preparado. "A Casa do Medo: Incidente em Ghostland" chega nos cinemas brasileiros no dia 18 de outubro de 2018. Dirigido pelo esforçado diretor e roteirista Pascal Laugier ("Mártires" e "O Homem das Sombras") não faltará o que sentir.

Pauline (Mylène Farmer) acaba de herdar uma casa de sua tia e então decide morar lá com suas duas filhas, Beth e Vera. Mas, logo na primeira noite, o lugar é atacado por violentos invasores e Pauline faz de tudo para proteger as crianças como uma mãe guerreira. Dezesseis anos depois, as meninas voltam para a casa e se deparam com coisas estranhas. Vale destacar a construção sinistra que fica desde o início quando as protagonistas são vividas pelas atrizes mais novas Emilia Jones e Taylor Hickson, e desde a aparição das jovens é possível se familiarizar com a relação de irmãs opostas e mãe com um certo favoritismo pela filha intelectual.


A obra é uma clara (e um tanto exagerada) homenagem a H.P. Lovecraft, já que a cada 20 minutos temos uma citação ou associação a memória do autor. Destacamos a fase adulta onde ainda que exista menos pavor, pois quando crianças elas eram mais vulneráveis, as coisas parecem estar fluindo para a Beth adulta (Crystal Reed) enquanto Vera não segue o mesmo rumo. A partir dessa divisão nos perdemos entre sonhos e realidade. A casa antiga já facilita o medo com seus adereços e pelas imagens é fácil entender que teremos muitas bonecas em meio a tanto horror, dando ao espectador uma ideia de terror comercial, que por sorte ele não é tanto.

Os vilões são algo interessante no modo como aos poucos são apresentados, e com isso suas falhas/fraquezas. Humanizar personagens como os que são interpretados por Kevin Power e Rob Archer, e essa dupla é bem complexa e de polos diferentes. De fato não existe muito para expor sem que isso traga as surpresas que o roteiro bem costurado esconde... são MUITAS novidades para irmos assimilando. Ainda que não seja a obra máxima do diretor, essa terá muito mais facilidade em se popularizar entre o público geral.


Para quem espera um filme de entidades ou fantasmas talvez não seja a escolha ideal, mas a qualidade dos sustos, ainda que muito pontuais, são para nos deixar tão perturbados quanto os filmes de espíritos. O clima do início ao fim é de muita tensão, e os arrepios nos lembram uma sensação que vimos no filme "Mãe"(2017). A conclusão é boa e nos deixa com o longa na memória para recomendar aos amigos e rever sem medo (ou talvez com muito mais).

Bonecas são um patrimônio do Terror mainstream.

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