Filme - Papillon (2017)


Estar na pela do grande "Papillon" nunca foi tarefa fácil, ainda mais agora que é a segunda interpretação que veremos nos cinemas. O filme foi lançado originalmente em 2017 em festivais de cinema do Canadá, chegando no Brasil e demais países só esse ano, com estréia no dia 04 de Outubro de 2018, e apesar de uma refilmagem ele continua maravilhoso como o de 1973. Dirigido por Michael Noer, já era hora de um drama do diretor alcançar o grande público. Prepare seu estômago para a visita que faremos na Ilha do Diabo.

Henri Charrière (Charlie Hunnam), chamado de Papillon ou Papi, é um pequeno bandido do subúrbio de Paris da década de 30. Após ser condenado à prisão perpétua por um crime que não cometeu, é torturado, escravizado e por fim enviado para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, onde nessa jornada conhece Louis Dega (Rami Malek), homem que Papillon promete ajudar em troca de auxílio para escapar da prisão. Ainda que pareça apenas uma obra bem inventada, sua história é baseada em fatos reais, relatados em sua totalidade pelo próprio Henri no livro "Papillon: O Homem que Fugiu do Inferno".


Apesar de muitos olharem feio para filmes com mais de duas horas de duração, ainda mais quando se é um tão difícil de aceitar os acontecimentos, "Papillon" tem sua facilidade em cativar, seja pelo elenco com participações interessantes e pela situação vivida desde o início, já que a primeira cena é tão diferente das que se seguirão, e por esse motivo serão as "lembranças felizes" que nos farão torcer para mais momentos assim. Rami Malek e Charlie Hunnam são uma dupla muito feliz em cena, e apesar do início complicado entre seus personagens, era o destino que os uniria com o passar do tempo.

A trilha sonora do compositor britânico David Buckley soube pontuar e levar o público em um processo de transe que quando alcançávamos os momentos de silêncio, esses eram perturbadores. Com todas as cenas mais cruas que "vivemos" nessa sessão, não podemos deixar de elogiar a fotografia do filme que com certeza merece uma oportunidade nas premiações, sem que isso o torne comercial, já que não é pra um público que queira algo fácil de se digerir e esquecer após sair da sala de cinema.


Papillon representa todos os homens torturados e mortos nos anos 30 pelo governo, e para muitos que não sabem, "papillon" significa borboleta em francês, sendo apropriado a tatuagem em seu peito, criatura que é conhecida por sua curta vida. Nessa conclusão, ainda que o filme não traga essas curiosidades, é válido ver as informações trazidas após a última cena, já que toda História Real tem o seu depois... e nos importamos com cada um deles. A sensação de injustiça continua quando vemos que os anos se passam e muitos passam por situações que nos vitimizam. É um bom filme para pensar a respeito!

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