Filme - Eu Sou Mais Eu


Quando entramos no gênero comédia teen, não é de se esperar novidades ou algo original disponível. A grande ideia do filme "Eu Sou Mais Eu" é ter a imagem da web celebridade Kéfera Buchmann, a popular vlogger do canal do YouTube "5incominutos", voltando para protagonizar depois do sucesso do filme "É Fada!" de 2016. Com direção de Pedro Amorim ("Superpai" e "Mato Sem Cachorro"), voltaremos no tempo com muita música e nenhum bom senso. Sua estréia será no dia 24 de Janeiro de 2019, sendo que em alguns lugares ocorrerá a pré-estréia paga com direito a bate-papo e fotos com a atriz e o ator João Cortês, também presente no elenco.

Camila Mendes (Kéfera Buchmann) é uma popstar arrogante, que busca o sucesso a todo custo. Prestes a lançar uma nova música, ela é surpreendida em casa pela visita de sua fã número 1 (Marcella Rica), que insiste em tirar uma selfie com ela. O que Camila não esperava era que tal situação a levasse de volta à adolescência, quando sofria bullying de praticamente todos no colégio. Seu único amigo é Cabeça (João Côrtes), que tenta ajudá-la a encontrar seu verdadeiro eu, já que só assim conseguirá voltar à sua realidade. Estar em 2004 é o momento que embora ela não tivesse pedido, lhe proporcionará boas lições como "certas coisas são inevitáveis".


Logo de início é fácil antipatizar Camila, que mais parece uma versão genérica da cantora Anitta, e até o próprio filme ironiza isso. A questão principal foi trazer a personagem para o ambiente escolar, onde os jovens passam por períodos de convivência difíceis e que de certo modo nos ensinam o valor da autenticidade que vamos adquirindo aos poucos. O momento em que o filme toma uma dinâmica realmente divertida é quando a jovem precisa de ajuda, e quem melhor do que o Cabeça? João Côrtes esteve bem melhor nas cenas de juventude do que fingindo maturidade. A rival interpretada por Giovanna Lancellotti é bem o que se espera de uma Regina George em "Meninas Malvadas".

Quando o filme carece de inovação, destacamos as cenas familiares, onde a mãe Selma (Flávia Garrafa) não chega a ter uma sintonia significativa (mesmo tentando), mas felizmente o avô Décio (Arthur Korl) foi essencial para trazer humor e conhecimento para o espectador. Se tem uma trama fraca, pelo menos tem bons efeitos e uma trilha sonora equilibrada com os melhores hits de 2000 em diante, que vai das atuais de Ludmilla até clássicos de Rouge, Pitty, Vinny e algumas dessas na voz de Kéfera, que incluiu a faixa "Eu Sou Mais Eu" que abre o filme, nada muito interessante, mas combina com a temática.


A conclusão é satisfatória e melhor do que o esperado para uma reunião de clichês norte-americanos para filmes adolescentes. Ainda que tenha xingamentos e certas situações que nos farão rever a classificação indicativa para uns 14 anos, a história possui drama, comédia, suspense e por sorte nenhum romance intenso ou previsível. É esperado que o filme obtenha sucesso com base na nostalgia que provocará nos mais velhos (quem já usou um discman vai entender), assim como a alegria dos mais novos ao verem seus atores favoritos em cena. Moral da história: seja você mesmo.

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