Filme - Abominável (Abominable)


Todos sabemos o poder das animações para desconstruir monstros, levando em conta que toda forma viva pode ser diferente do que dizem. Do estúdio DreamWorks que nos apresentou o ogro "Shrek" em 2001, hoje teremos uma criatura que de "Abominável" não tem nada. Com direção e roteiro de Jill Culton ("O Bicho Vai Pegar") e a co-direção de Todd Wilderman, é chegada a hora que conhecer as origens dos iétis (ou yetis, como preferir). Com lançamento no dia 26 de setembro de 2019 pela Universal Pictures, não faltam motivos para acompanhar essa aventura climática.

Yi (Chloe Bennet) é uma adolescente que, certo dia, descobre que um iéti está no telhado do prédio em que ela mora, em Xangai. A partir disso, ela e seus colegas passam a chamar a criatura mística de "Everest" e, ao criarem laços com o animal, decidem levá-lo até sua família, que está no topo do planeta. Porém, os três amigos terão que conseguir despistar o ganancioso Burnish (Eddie Izzard) e a zoóloga Dra. Zara (Sarah Paulson), que querem pegar o iéti a qualquer custo.


Apostando na segura formula de amizade entre espécies diferentes com humanos vulneráveis cheios de objetivos distantes, temos em "Abominável" uma reprodução do que o estúdio sempre fez bem... emocionar adultos e divertir crianças, sendo essas últimas o seu principal público. Com música dando o tom dramático, entendemos a importância da boa trilha sonora original combinada com clássicos, como a música "Fix You" do Coldplay, e as faixas originais "Beautiful Life" da cantora Bebe Rexha e “Dreams” do Phil Beaudreau. A combinação das cenas de locais que existem no mundo com a música nos aproxima da história que aos poucos da pistas do que a protagonista busca.

Seja perto ou longe, entenderemos como é importante a mensagem que o enredo carrega. Dentre os personagens temos alguns extremamente caricatos da juventude popular e ligada nas redes sociais, enquanto do outro lado temos a vó mais atenciosa e engraçada dos filmes, sendo o destaque merecido a personagem Nai Nai (Tsai Chin de "Memórias de uma Gueixa"). Com algumas reviravoltas podemos sentir um esforço do estúdio de sair do mesmo padrão de animações "politicamente corretas", mas os passos inovadores foram poucos em comparação com os de outros estúdios.


A conclusão nos mostra uma pequena brecha para sequências que dependerão da repercussão desse nos cinemas, que considerando a época de lançamento deve dividir a atenção das crianças com outras animações mais populares. A diversão e os dilemas do longa compensam quem não quer pensar tanto durante e depois do filme. Ame sua família, valorize a diversidade, ame quem está com você, e não se preocupe tanto com coisas pequenas que tomam grande parte do seu tempo hoje. Tudo isso é familiar, mas nunca vai deixar de ter sua importância. Tudo isso com uma animação deslumbrante é a fórmula certeira para conferirmos o que há de tão abominável em ser diferente?


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