Filme - O Mal Não Espera a Noite (Midsommar)


Que comecem as festividades do meio de ano! Do mesmo diretor de "Hereditário", Ari Aster retorna com "Midsommar: O Mal Não Espera a Noite", seu segundo filme e de acordo com o próprio se trata de um complemento de sua primeira obra. Apesar das ligações, o que mais o filme trará para o terror psicológico? Com lançamento pela Paris Filmes seu lançamento será 19 de Setembro de 2019, e algumas sessões previstas para a sexta-feira 13 do mesmo mês. Com altas expectativas, só nos resta entrar na festa!

Após vivenciar uma tragédia pessoal, Dani (Florence Pugh) vai com o namorado Christian (Jack Reynor) e um grupo de amigos até a Suécia para participar de um festival local de verão. Mas, ao invés das férias tranquilas com a qual todos sonhavam, o grupo vai se deparar com rituais bizarros de uma adoração pagã. O título "Midsommar" pode ser traduzido como Solstício de Verão (equivalente ao nosso São João), um feriado nacional importantíssimo na Suécia, considerada uma das festas mais populares do ano. A película recebeu uma classificação indicativa não recomendada para menores de 18 anos, por conter muitas cenas nudez, violência, drogas e outras cenas impactantes que justificam bem a faixa etária.



A ideia de um terror a luz do dia é um diferencial que poucos arriscam. Pela ambientação teremos uma nova cultura para acompanhar e durante o primeiro ato sentimos que essa pequena comunidade sueca é bastante peculiar, a começar pelo uso de drogas alucinógenas que nos deixarão com a dúvida do que é real ou ficção. Por sorte, o longa não aposta tudo apenas nessa previsível saída, e investe na cultura dessa ceita cuja existência ultrapassa muitas gerações. Afinal, devemos respeitar as tradições macabras que veremos? A resposta nos gera uma reflexão, já que na realidade existam grupos que partilhem esses pensamentos em alguns aspectos.

O casal protagonista recebe a maior atenção nos feitos do filme, visto que antes da viagem ambos estão com problemas e tentam respirar "um novo ar" nesse passeio. Os amigos de Christian, Pelle (Vilhelm Blomgren), Josh (William Jackson Harper da série "The Good Place") e Mark (Will Poulter da franquia "Maze Runner") são bem desenvolvidos na medida do possível, recebendo uma atenção quanto as necessidades de cada um ao seguir nessa viagem. Também começamos a ver semelhanças entre o terror em mundo aberto com o terror visceral de "Hereditário", além dos jovens com deformidades faciais que encontraremos em ambos. Apesar das comparações inevitáveis, o longa funciona muito bem sozinho.


"Ambos falam sobre famílias. Mas também é um conto de fadas para adultos", de acordo com o cineasta que cuidou não só da direção como do roteiro. As situações vividas nessa vila sueca ficarão fixas na memória do expectador, e sua conclusão cumpre um ciclo profético que a abertura do filme nos apresenta de forma ilustrada, mas seremos incapazes de interpretar antes de ver cada uma das cenas. O que torna esse filme grande é a tonelada de interpretações que ele pode mostrar em pouco mais de duas horas. Não se preocupe, o tempo voa quando estamos num festival como esse.

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