Filme - Os Órfãos ("The Turning")


Baseado no livro best-seller "A Volta do Parafuso" de Henry James, o novo thriller da Universal Pictures tem a mesma intenção de dar voltas e brincar com o imaginário do espectador. Dirigido por Floria Sigismondi ("The Runaways: Garotas do Rock" e dirigiu episódios de "O Conto da Aia", "Demolidor" e "Deuses Americanos"), e com o roteiro dos irmãos Carey e Chad Hayes (franquia "Invocação do Mal" e "A Casa de Cera"), sendo uma parceria de bons frutos. Com lançamento para o dia 30 de janeiro de 2020, não espere o melhor dessas crianças.

Ano de 1994. Kate (Mackenzie Davis) é uma jovem professora é contratada para trabalhar como governanta na mansão de uma família rica. Na casa, localizada em Essex, nos arredores de Londres, vivem também Flora (Brooklyn Prince) e Miles (Finn Wolfhard), sobrinhos órfãos de seu patrão. No entanto, ela logo percebe que no local afastado existe muito mais do que ela poderia suportar. A então administradora da mansão, Sra. Grose (Barbara Marten) ajudará Kate a entender os desafios que lhe aguardam.


O elenco entrega uma boa apresentação dos temores que seus personagens vivem e o filme se esforça para trabalhar nisso extensivamente, sendo uma forma de atirar para todas as opções de garantir sustos e torná-lo menos mórbido. Mesmo assim, com uma hora e 34 minutos, o longa parece se arrastar e repetir situações até levar nossa paciência. Ao nos deixar curiosos, a trama se perde na hora das respostas. Se já esperávamos um clichê, a experiência se sai pior do que era esperado em termos de conteúdo, bem abaixo da mediocridade do gênero.

Por outro lado, devemos apreciar a trilha sonora que nos entrega o melhor do rock alternativo com lembranças do grunge, predominante nos anos 90. Incluindo a inédita "Cop Car" de Mitski, "The Turn" de Kali Uchis, e a clássica "Mother" de Courtney Love. Vemos que a presença da música é mais como uma homenagem a época do que útil para a atmosfera do filme. A morte do cantor Kurt Colbain (Nirvana) inclusive é mencionada como forma de datar o ano em que a história se passa. Ironicamente a diretora é mais conhecida pelas suas direções em videoclipes do que pelos filmes e séries que participou.


Com diversas problemáticas, a conclusão peca mais ainda de exigir a abstração do espectador em interpretar o fim difícil de ser digerido. Ao mesmo tempo é engraçado que podem existir inúmeras teorias para melhorar o que o roteiro e direção falharam. Nem os efeitos especiais ajudaram em tornar o terror bom o suficiente, pois poucos jump scares foram feitos com qualidade. Infelizmente foi um elenco, ambientação e livro que foram desperdiçados, junto com o tempo e dinheiro que investimos.

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