Filme: "Vitória" (2025)
Voltaremos duas décadas para um Brasil não muito diferente! Com estreia dia 13 de Março de 2025 e distribuição da Sony Pictures, teremos "Vitória", dirigido pela dupla Andrucha Waddington e Breno Silveira (trabalho póstumo, a quem dedicam ao final da obra) e roteiro de Paula Fiúza. Poucas semanas depois de estrear nos cinemas brasileiros, o longa que é inspirado em uma história real, foi escolhido como o filme de abertura do 27º Festival de Cinema Brasileiro de Paris.
Nina (Fernanda Montenegro) é uma senhora solitária que, aflita com a violência que passa a tomar conta da sua vizinhança e em conflito com os vizinhos, começa a filmar da janela de seu apartamento. A idosa registra a movimentação de traficantes de drogas da região durante meses, com a intenção de cooperar com o trabalho da polícia. A atitude consegue chamar a atenção de um jornalista Fábio (Alan Rocha), que faz amizade com Nina e tenta ajudá-la nessa missão suicida.
Com uma hora e cinquenta e dois minutos, temos um drama genuinamente forte para a memória dos brasileiros, e voltar para o ano de 2005 foi um trabalho bem orquestrado. Fernanda Montenegro consegue ser a idosa que não aceita um não como resposta, e desafia todos os limites impostos pela corrupção. Esse é o segundo filme a receber o selo Original Globoplay e o livro intitulado "Dona Vitória da Paz", do jornalista Fábio Gusmão foi lançado em 2006 e deu mais conteúdo para o filme.
Além de termos a brasilidade abafada com o funk carioca, não existe paz para vermos a beleza urbana, e mesmo assim temos momentos de breves sorrisos com a interação da nossa protagonista com a vizinha trans vivida por Linn da Quebrada e até o pequeno visitante vivido Thawan Lucas, sendo eles a representatividade de que naquele lar não vai existir o preconceito. Por fim, destacamos também Alan Rocha vivendo o dedicado amigo jornalista.
Temos com esse lançamento mais uma conexão com a história real de Joana Zeferino da Paz, que viveu anos sob anonimato forçado no programa de proteção a testemunhas, e o filme retrata sua vida antes de adotar o seu pseudônimo. Com seu falecimento em 2023, temos ao final uma breve informação sobre a mesma e seus feitos. Ela se tornou um símbolo de luta pela justiça, ao contrário de muitas autoridades e a crítica ainda soa atual.
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