Filme - O 3º Andar - Terror na Rua Malasaña ("Malasaña 32")


Voltar ao cinema para ver filmes de terror agora é bem mais assustador que antes, não é? Para provar isso a Paris Filmes trouxe uma obra inspirada em eventos reais ocorridos em meados da década de 70, "O 3º Andar: Terror na Rua Malasaña" retrata uma família que vai para o grande Malasaña, em Madri para viver um sonho e se depara com seus piores pesadelos em um apartamento dominado por uma força sobrenatural. Dirigido por Albert Pintó ("Matar a Dios" e "RIP", ambos de 2017), teremos uma amostra do terror espanhol, sem aliviar para os menores de 14 anos, ou seja, deixem as crianças em casa. Lembrando que o filme chega nos cinemas brasileiros dia 11 de novembro de 2020.

Manolo (Iván Marcos) e Candela (Begoña Vargas) se estabelecem no bairro Malasaña, bairro que é a cara de Madri, com seus três filhos e o avô Fermín (José Luis de Madariaga). Eles deixam sua cidade natal para trás em busca da prosperidade que parece ser oferecida na capital de um país em plena transição. Mas há algo que a família Olmedo não sabe: no apartamento do 3º andar em que os integrantes vão morar, eles não estão sozinhos... você nem faz ideia do que te aguarda!

Sim, a ideia "início de um sonho / deu tudo errado" soube trazer um momento que todos nós desejamos retomar a vida após dificuldades, mas para um terror de um hora de quarenta e quatro minutos, vemos uma tentativa de assustar o espectador até com o vento, sendo que apresenta seus personagens em situações tão desagradáveis, que nem dá para culpá-los pela falta de ânimo e a vulnerabilidade que os permite se apegar a qualquer novidade que a casa apresente. Principalmente as crianças que ficarão mais suscetíveis as ameaças que parecem (inicialmente) não ter um foco em especial.

Após diversas situações que nos lembram filmes de sucesso do terror norte-americano, vemos que tudo pode ser combinado com a estética setentista e o verão da Espanha, mas trazer um drama semelhante aos de novela mexicana pode ser dramático demais para se acreditar. Por sorte ele se segura em efeitos especiais combinado com jogos de câmera competentes para esconder a economia da computação gráfica e para garantir alguns sustos, ainda que a sonoridade peque no clichê que piora estando saturado no último volume. Se queriam deixar todos atordoados, conseguiram!

Uma aposta muito grande fica na direção que trouxe tantas formas de nos deixar curiosos, e nesse filme vemos sua dedicação, pois cada personagem teve sua ameaça na medida certa, o que foi responsável pela imprevisibilidade. Afinal, o que uma criança quer? Ou aquele adolescente, o que procura? Além de algumas cenas que serão boas lembranças do que realmente une uma família. A conclusão deixa boas perguntas, sendo o tipo de obra que abre discussões após a sessão, sendo ideal para levar os amigos e sair menos decepcionado com o terror mais simples e barato.




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