Filme - "A 200 Metros" (200 Meters, 2020)

O drama "A 200 Metros" ("200 meters"), indicado pela Jordânia para concorrer a uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2021, chega às plataformas digitais (para compra e aluguel) na Claro Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes/Apple Tv, Google Play e YouTube Filmes a partir de sexta, 17 de setembro de 2021. Com distribuição da Synapse Distribution, a obra acompanha a jornada de um pai que mora a 200 metros de distância de sua família, em aldeias separadas por um muro, que divide dois países. Quando seu filho é internado, nada o impedirá de se infiltrar do outro lado e chegar ao hospital.

O longa retrata a jornada de Mustafa - interpretado por Ali Suliman, um dos atores palestinos mais reconhecidos da atualidade e nesse papel se confirma ainda mais sua versatilidade para o drama - e a esposa (Lana Zreik) vivem separados pelo muro que divide Cisjordânia e Israel. Com o acidente que o filho sofreu, Mustafa tenta atravessar a fronteira, mas é impedido. Inconformado com a situação e com a recusa dos oficiais israelenses, ele parte em uma odisseia de 200 quilômetros com o objetivo de reencontrar a sua família.

A ideia trouxe mais conhecimento sobre outras culturas, além de uma verdade de vidas que são desafiadas constantemente. Com pouco mais de uma hora e meia é impossível não sentir vontade de ajudá-lo de alguma forma, mesmo sabendo que a determinação é o maior amigo do protagonista. Embora alguns cortes tenham sido difíceis, as cenas mostram a beleza na simplicidade do povo desses dois países, mas também o lado violento digno de filmes de ação.

Dirigido e escrito por Ameen Nayfeh, a produção foi inspirada em momentos da vida do cineasta. Assim como no longa, Nayfeh passou por uma separação, já que sua mãe pertencia a uma aldeia palestina. "é a minha história e a de milhares de palestinos. Posso dizer que talvez 99% dos palestinos tenham de passar por uma jornada semelhante à do filme para superar os obstáculos diários. A ideia do filme e a distância de 200 metros surgiram como um acúmulo de experiências pessoais e coletivas", explica.

Embora seja repleto de críticas, vale acompanhar a obra que foi lançada em 2020, mas que ainda é recente perto dos acontecimentos noticiados em jornais. Ainda que mereça mais destaque, vemos que o Oscar ainda é relutante para trazer o cinema palestino para um espaço tão diversificado. Infelizmente o preconceito está dentro e fora da tela.