Filme: "Morra, Amor" (Die My Love, 2025)


"Morra, Amor" é um filme de drama mesclado com elementos de terror psicológico dirigido pela escocesa Lynne Ramsay ("Precisamos Falar Sobre o Kevin" e "Você Nunca Esteve Realmente Aqui") que foi adaptado do livro homônimo de 2012 da escritora argentina Ariana Harwicz. O roteiro usa a experiência da cineasta com o apoio da Enda Walsh e Alice Birch. A obra estreou no Festival de Cannes em 2025, e chega nos cinemas brasileiros dia 27 de Novembro de 2025, com distribuição da Paris Filmes.

O filme conta a história de uma mulher que, após se mudar para o interior e dar à luz, enfrenta a psicose e a instabilidade mental. Grace (Jennifer Lawrence) decide se mudar com o marido Jackson (Robert Pattinson) para o campo esperando uma vida tranquila numa casa que era de um falecido tio e perto dos demais familiares de Jackson. Viver isolada em uma cidade rural no interior dos Estados Unidos se torna uma batalha diária com sua sanidade enquanto a maternidade e o casamento a enlouquecem.

Temos um elenco maravilhoso para admirar, embora seja revoltante aguentar cada etapa da depressão pós parto. Ao mesmo tempo que temos um marido que toma decisões que favorecem seus interesses, ainda que de forma sutil. O casal de fato são os únicos que podemos sentir 100% da entrega por parte dos atores. Até mesmo a nudez será feita para mostrar tanto a libido que se manteve intacta e o grau de loucura de não ter pudores em situações sociais. Curiosamente o livro que deu origem ao filme é parte de uma trilogia involuntária: "Morra, Amor", "A débil mental" e "Precoz".

Com uma hora e cinquenta e oito minutos, temos uma obra inquietante, digna do repertório da cineasta que completará 56 anos no dia 5 de Dezembro. No entanto, é um filme feito para abrir discussões sobre a saúde mental da mulher num momento tão vulnerável quanto a gravidez, antes e depois da gestação. As interpretações ficam quase sempre em aberto, o que é real? Qual parte ela concretizou ou sua mente desejou fazer e não fez? Só você poderá tirar suas conclusões.

Os animais e até mesmo o bebê Harry (Kennedy Calderwood) em cena são importantes para conectar quem assiste ao terror, já que ela pode amar um e odiar o outro. Aos casais sempre vai ficar a pergunta importante: você prefere um cão ou um gato? Até sobre o gosto musical, vemos o adoecimento fazer ela questionar coisas que ela gosta ou não numa canção. Cada detalhe faz esse filme de época uma verdadeira briga entre amor e ódio, e logicamente se tornará um daqueles filmes a serem estudados nas graduações de psicologia.

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