Filme - Luta Por Justiça (Just Mercy)


O filme baseado em uma história real tem muito a dizer quanto drama, dando para sentir na pele a desigualdade social somada ao preconceito racial que perdura até os dias de hoje. Dirigido e roteirizado por Destin Daniel Cretton ("Temporário 12" e "Castelo de Vidro"), vemos através das rachaduras de um sistema judiciário falho e como tudo pode ser feito com determinação. Com lançamento para o dia 20 de Fevereiro de 2020 pela Warner Bros., "Luta Por Justiça" se passa no final da década de 80, até os anos 90, onde ocorriam as condenações a pena de morte

1992. Bryan Stevenson (Michael B. Jordan) é um advogado recém-formado em Harvard que abre mão de uma carreira lucrativa em escritórios renomados da costa leste americana para se mudar para o Alabama e se dedicar a prisioneiros condenados à morte que jamais receberam assistência legal justa. Ao chegar lá, Bryan se depara com o caso de Walter McMillian (Jamie Foxx), um homem negro falsamente acusado de um assassinato em 1988, mas que nunca teve uma defesa apropriada por conta do preconceito racial na região.


Apesar da época, a história nos remete os problemas atuais. Ao ponto de vista de um advogado brilhante, porém novo, a dificuldade de ser levado a sério não só pela categoria, como também pela polícia e até seus próprios clientes. Por questões raciais tudo se torna um desafio ainda maior, sendo humilhante conviver num estado tão preconceituoso. As atuações emocionam com as tamanhas injustiças que vemos em uma comunidade pacífica que só deseja justiça. Inocentar Walter, apelidado de Johnny D., não era mais uma questão de uma família, mas sim de várias que contariam com o mesmo amparo jurídico de revisão das penas, e o consequente fim da cadeira elétrica como opção de condenação.

Com um grande elenco, uma trama bastante atenciosa ao nos cativar com seus personagens (alguns que ainda vivem e estão vendo o filme), é doloroso imaginar qualquer perigo envolta deles, inclusive de quem tentava ajudá-los como Eva Ansley (Brie Larson), que como funcionária da Iniciativa pela Justiça Igualitária, sofria diversas ameaças, assim como seus demais colegas e familiares. Com pouco mais de duas horas, o final nos trouxe a certeza de que podemos ter ideias incríveis de como um mundo utópico seria, mas precisamos agir com menos ambição, olhando para o lado e vendo que os problemas estão no nosso bairro, comunidade e não tão longe.


Para os estudantes e profissionais da área do Direito, vemos uma aula de ética, direito penal, civil e constitucional em apenas um filme. Entender que todas essas ações devem ser mais humanizadas, e os clientes e suas famílias são punidos diariamente com condenações que pouco são consideradas pela Corte. Ao sistema prisional, e aos processos céleres e com dignidade devemos a momentos como os vistos no longa, que chegou no final de 2019 nos E.U.A., e só agora no Brasil. Acompanhem essa bela direção, valendo todo o investimento. A Luta por Justiça não tem fim!

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