Filme - "Era Uma Vez Um Gênio" (Three Thousand Years of Longing, 2022)
Existem momentos da vida que poder fazer um desejo é melhor do que poder fazer três! "Era Uma Vez Um Gênio" é uma adaptação do "The Djinn in the Nightingale's Eye", coleção de cinco contos míticos do autor britânico A. S. Byatt, lançado em 1994. Agora com a direção de George Miller (idealizador do clássico "As Bruxas de Eastwick"), o filme chegará dia 1° de setembro de 2022, exclusivamente nos cinemas brasileiros, graças a distribuição da Paris Filmes.
Enquanto participava de uma conferência em Istambul, a Dra. Alithea Binnie (Tilda Swinton) encontra um Gênio (Idris Elba), criatura essa que lhe oferece três desejos em troca de sua liberdade, e isso apresenta dois problemas: primeiro, ela duvida que ele seja real, e segundo, por ser uma estudiosa de histórias e mitologia, ela conhece todas as histórias de advertência sobre desejos que deram errado. O "djinn" (termo utilizado para se referir a essas criaturas mágicas) defende seu caso contando histórias fantásticas de seu passado e, eventualmente, ela é seduzida e faz um desejo que surpreende os dois, o que leva a consequências inimagináveis por mortais e até mesmo um gênio imortal.
Ainda que o romance possa ser sedutor pela beleza do elenco extremamente carismático,os efeitos especiais caminham no sentido oposto, sendo nos primeiros instantes do filme algo desconfortável. Quando deixamos a computação gráfica de lado, vemos uma história realmente bonita e costurada em capítulos com personas familiares que geram curiosidade, como a Rainha de Sabá ou até mesmo Mustafá. Enquanto entendemos a história do gênio, tudo se torna mais fantasioso na vida de sua ouvinte, o que nos afeta também.
Com uma hora e quarenta e oito minutos, o filme funciona como uma sessão de terapia semelhante ao recente "Boa Sorte, Leo Grande", que traziam personagens precisando de alguém para conversar e descobrir o amor, e aqui o amor é bastante complexo e cheio de química, partículas e detalhes que deixam uma trama densa e repleta de alegorias do que os desejos possam levar alguém do mero sorriso de um primeiro beijo ao surto psicótico.
Teremos uma obra estranha, com a Tilda Swinton podendo adicionar mais uma personalidade excêntrica ao seu currículo, e após sair do filme algo nos leva a acreditar que um romance é algo folclórico, pois se for real pode ser perigoso demais para nós, meros mortais... Imagina para quem for eterno!? Até nisso podemos lembrar da franquia "Crepúsculo", onde a fantasia e o romance andaram como um casal de mãos dadas. Só que esse é um conto de fadas para adultos descrentes.
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