Filme: "Sing Sing" (2023)
Tanto no cinema quanto na prisão, precisamos de uma razão para sairmos e sermos melhores depois dessa vivência! Em "Sing Sing", baseado em uma comovente história real dirigido por Greg Kwedar ("Transpecos" e "Jockey") e com estreia dia 13 de fevereiro de 2025, somente nos cinemas. A distribuição é da Diamond Films. Não se preocupe, aqui não é um musical!
Divine G (Colman Domingo) foi preso injustamente, mas encontrou um novo propósito ao se unir a um grupo de teatro na prisão. Ao lado de outros detentos, ele embarca em um projeto artístico que vai além das grades, descobrindo na arte uma poderosa ferramenta de transformação e resiliência. A chegada de um novo integrante desafia o grupo a superar suas próprias barreiras emocionais e a explorar a comédia como meio de expressão. Juntos, os homens decidem encenar sua primeira peça cômica, e o processo criativo se torna um caminho para reconciliação consigo mesmos e com suas histórias.
Desde sua primeira cena, temos mais os bastidores de uma peça do que a própria. Isso por existir tanta vulnerabilidade nas conversas que o elenco 99% de homens, onde admitem que somente no cárcere tiveram a chance de serem mais sensíveis aos seus sentimentos. O filme também destaca a força da humanidade e o impacto que a arte pode ter em ambientes adversos. O silêncio é a maior trilha sonora, mantendo os diálogos com mais ênfase. Esse se torna o filme mais importante do diretor, considerando até que foi o primeiro longa a estrear nos cinemas e penitenciárias ao mesmo tempo, graças a parceria com a Rehabilitation Through the Arts (RTA).
Curiosamente os atores já foram anteriormente encarcerados, então trazem vivências fidedignas para sua atuação. Ao mesmo tempo que estão interpretando grandes obras como "Hamlet", "Peter Pan" ou "Hora do Pesadelo", o diferencial é que fora dos palcos seus nomes são os dos próprios atores, alguns com apelidos que ganharam em suas desventuras dentro e fora das grades. Consegue ser leve no humor e ainda trazer peso em momentos pontuais, a maioria narrados para não forçar um drama.
Com uma hora e quarenta e sete minutos, só alguns que leem antes sobre o filme sabem que seu título se deve ao nome da prisão de segurança máxima que veremos, e ela existe, sendo ao final dedicado para quem esteve ou está por lá. Temos aqui um testemunho do poder restaurador do teatro e reafirmando a dignidade e a esperança daqueles que encontram na expressão artística uma forma de liberdade, e ela canta!
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