Filme: "O Último Azul" (2025)


Você também sonha em voar alto? "O Último Azul" é dirigido e roteirizado por Gabriel Mascaro, enquanto Tibério Azul que esteve também no roteiro deste título que por coincidência trouxe seu sobrenome. Uma distribuição da Vitrine Filmes, Desvia Filmes e Globo Filmes, reunindo na produção o Brasil, Chile, México e Países Baixos. Com estreia nacional dia 28 de Agosto de 2025, exclusivamente nos cinemas. A obra conta com legendas em inglês, ideal para apresentar aos amigos turistas que estiverem por perto e querem conhecer o cinema nacional!

Tereza (Denise Weinberg) tem 77 anos, mora numa cidade industrializada na Amazônia e é convocada oficialmente pelo governo a se mudar para uma colônia habitacional compulsória. Lá, os idosos "desfrutam" de seus últimos anos de vida, enquanto a juventude produtiva do país trabalha sem se preocupar com os mais velhos. Antes do exílio forçado, ela embarca numa jornada pelos rios e afluentes da região para realizar um último desejo, algo que pode mudar seu rumo para sempre. A obra ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim esse ano.

A trama não segue caminhos previsíveis, apostando todas as fichas no que for mais rápido. Olhando com atenção, parece que o filme não se passa em mais de uma semana agitada. Rodrigo Santoro vive na pele de Cadu, homem misterioso e trabalhador que vê em Tereza uma amiga num passeio bem remunerado. Miriam Socarrás e Adanilo também terão seu brilho em cena, todos contracenando com nossa protagonista vivida pela inesquecível Denise Weinberg. Importante observar que as histórias dos personagens seguem em nosso imaginário após a sessão.

A trilha sonora de Memo Guerra vai por caminhos de suspense acoplado com fantasia. Até mesmo com canções clássicas para embalar essa corrida, incluindo Maria Bethânia. Foi um presente ouvir essa imersão com os poucos efeitos especiais que estarão bem discretos e sem destoar no resultado final. É um filme pra fazer pensar no etarismo compulsório, e como podemos fugir desses pensamentos tão pequenos. Alguns fogem pra religião, mas é mesmo uma escolha ou um chamado divino?

Com uma hora e vinte e sete minutos, a experiência de uma jornada disruptiva e cheia de primeiras vezes beirando a sorte de principiante na melhor idade. É revitalizante o cinema nacional criar uma distopia com tanta cara de Brasil num futuro onde muitos perdem sua vez após anos de trabalho duro. Um futuro que infelizmente tem cara de algo próximo, se não formos como Tereza, uma mulher aberta a viver tudo sem deixar o medo abater. A sensibilidade dessas histórias contadas fazem dele um novo clássico!

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