Filme: "Família de Aluguel" (Rental Family, 2025)


"Família de Aluguel" é um drama com toques de comédia dirigido por Hikari ("37 Segundos"), cineasta japonesa que vem ganhando espaço até mesmo no ocidente. Ela também assina o roteiro com a colaboração de Stephen Blahut. Não atoa, a obra é uma coprodução entre os Estados Unidos e o Japão, filmada inteiramente em Tóquio. O filme que foi lançado no Festival Internacional de Cinema de Toronto estreia no Brasil dia 8 de Janeiro de 2026, somente nos cinemas. A produção é da 20th Century Studios.

O ator americano Phillip Vanderploeg (Brendan Fraser) vive em Tóquio por quase uma década e sem grandes papéis no currículo. Por uma promessa de melhores pagamentos ele passa a trabalhar para uma agência de família de aluguel interpretando papéis para clientes que desejam companhia, pertencimento e relações emocionais. Esse emprego surgiu na década de 80 no Japão, e sendo para Phillip uma grana fácil que logo despertará nele seus mais sinceros sentimentos.

A ideia simples ainda gera nossa curiosidade, e por trás vai explorando questões maiores como a solidão em metrópoles onde ninguém olha para o outro com compaixão. Gerando perguntas como "o que significa pertencer?", "quando o papel se torna real?". Até que ponto construímos laços verdadeiros para algo que foi inicialmente um serviço? Não será um caminho fácil para julgar, e isso é o diferencial da trama. Sentiremos várias emoções ao vermos os clientes, alguns realmente só precisam de um empurrãozinho, outros precisam de terapia.

Com uma hora e cinquenta e oito minutos, tivemos uma excelente atuação, não só de Fraser, mas também merecem destaque Mari Yamamoto, Takehiro Hira e Akira Emoto. As reviravoltas fazem com que a história entre nos dilemas que poucos querem encarar. A cultura japonesa nem sempre prefere encarar a verdade para não magoar seus entes mais próximos. Como a própria diretora disse numa mensagem de vídeo para a imprensa: "sua família é quem você escolhe ter ao seu lado!"

Desde o casamento, enterros, pedidos de desculpas e outras situações comuns como uma companhia para jogar videogame, temos a certeza de que todo mundo precisa de uma mão para cumprir seus afazeres e se tornar alguém mais feliz. Ninguém é uma ilha, e vendo como o ocidente tem pouca empatia com a cultura nipônica, é natural que um filme sensível como esse não alcance todos que precisam de um afago no coração.

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